As toxinas são consideradas emergentes quando aparecem em áreas geográficas onde nunca foram relatadas antes. Frequentemente, essas toxinas trazem um impacto considerável na contaminação do pescado e na qualidade da água e, consequentemente, na saúde pública. As iminas cíclicas (ICs), que compreendem os compostos lipofílicos espirolídeos (SPXs), gimnodiminas (GYMs) e pinnatoxinas (PnTXs), ciguatoxinas, brevetoxinas, palitoxina e tetrodotoxina são consideradas biotoxinas marinhas emergentes na Europa porque são comumente encontradas em regiões tropicais e subtropicais mas nos últimos anos também se espalharam para novas regiões geográficas.
Porque é que estas toxinas aparecem em novas regiões?
A expansão das biotoxinas marinhas emergentes está ligada ao aumento e expansão da proliferação de algas nocivas que as produzem.
O principal fator que favorece o aumento das marés vermelhas é o aumento da concentração de fitoplâncton devido ao aumento da temperatura da água do planeta causado pelas mudanças climáticas.
Qualquer aumento na concentração de nutrientes das águas superficiais aumenta a carência biológica de oxigénio que, por sua vez, pode promover a proliferação de espécies nocivas resistentes a baixas condições de oxigénio.
A importação/exportação de produtos do mar e a globalização dos transportes impulsionaram o amplo comércio de produtos do mar onde as toxinas estão presentes e podem já causar intoxicações pelo consumo deste peixe em qualquer outro lugar do mundo onde seja comercializado.
O transporte de microalgas marinhas exóticas através da água de lastro de navios foi também já demonstrado.
O crescimento populacional impulsionou a necessidade de produzir mais alimentos o que leva ao aumento do uso de fertilizantes, que contêm nutrientes ricos em azoto e fósforo, que podem escorrer até aos oceanos, lagos, rios e albufeiras, acelerando a eutrofização do meio aquático
E como podemos reduzir esses fatores? Entre outras formas, podemos:
– trabalhar no sentido de combater às mudanças climáticas
– depurar o pescado/marisco com potencial tóxico
– manter tanques de aquacultura em águas não contaminadas
– restringir a recolha de espécies com maior potencial tóxico
Marés vermelhas emergentes, um novo perigo ou uma consequência da nossa ação?