7. Ciguatoxina

As ciguatoxinas (CTX) são biotoxinas marinhas produzidas por microalgas do género “Gambierdiscus” e “Fukuyoa”. Principalmente devido às mudanças climáticas, a presença de microalgas produtoras de ciguatoxinas está a tornar-se mais frequente nas águas europeias devido ao aumento da temperatura da água, sendo assim as ciguatoxinas consideradas um risco emergente. A proliferação massiva dessas microalgas na água e a produção dessas substâncias tóxicas dependem de muitos fatores, tais como temperatura, pH, salinidade, etc.
As ciguatoxinas causam uma doença de origem alimentar conhecida como Ciguatera, atuando na ativação dos canais de sódio e a um aumento da excitabilidade neuronal. A toxina chega ao homem através da cadeia alimentar, quando os peixes herbívoros se alimentam das microalgas produtoras de CTX, acumulando a toxina nos seus tecidos, os peixes predadores alimentam-se destas, até que finalmente o homem consome os peixes em cujos tecidos as toxinas se acumulam, causando uma intoxicação.
A intoxicação por ciguatoxina dá sintomas muito variados que podem ser gastrointestinais (vómitos, diarreia, náuseas), cardiovasculares (bradicardia) e neurológicos. Apesar da baixa taxa de mortalidade, os casos graves podem ser fatais. Não há tratamento específico para a intoxicação por CTX, e a gravidade dos sintomas depende da quantidade de toxina acumulada no tecido e da quantidade de peixe ingerida.
Existem mais de 400 espécies de peixes que podem causar envenenamento por ciguatera, sendo os mais comuns os peixes de recife.

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